O frete

O presidente do sindicato dos funcionários judiciais, classificou a greve realizada nos últimos dias como "um sacrifício". Geralmente é essa reacção que tem um etíope esfaimado, quando lhe oferecem comida: "Eu nem queria, mas já que insistem tanto ...".

A Vergonha Pública

Em qualquer empresa privada que atravesse dificuldades, aplicam-se medidas para inverter essa situação, e que passam pelo corte nas despesas: redução de salários e outros custos, e dispensa de funcionários.

Inexplicávelmente, quando o Estado enfrenta essas mesma dificuldades (porque foi governado ano após ano, em função dos funcionários públicos), não pode reduzir os custos, nem (com toda a justiça) dispensar funcionários, porque esses privilegiados se podem rebelar contra essas medidas com greves e protestos absolutamente imorais e vergonhosos. Quando foi a última vez que os funcionários do Continente, se manifestaram por trabalharem mais de 40 horas semanais, em troca de salários miseráveis?

O mal dos funcionários públicos, é nunca terem sido empregados numa empresa privada.

La dolce vita

A adesão à greve dos magistrados, atingiu os 95% paralisando alguns tribunais e dando origem ao que na gíria judicial se chama "um bom dia de trabalho".

25 de abril mental

Peço desculpa pela ausência. A razão? Trabalhos forçados. Não é má vontade minha, é falta de estímulo, é remar contra a maré. E isto quase parece uma letra de música mas não sou eu quem a toca. Trabalho num callcenter 8h/dia. Dava para criar um novo blog com os disparates, as reclamações, os desabafos, as falsas expectativas, a educação e a falta dela que ouço todos os dias. Tenho de responder de uma determinada forma mecânica à qual já não presto atenção mas quando presto sinto-me ridícula. Educadamente ridícula. "Sou uma mera funcionária, como pode compreender" respondo eu. Mas nem isso sou e ninguém pode compreender.
Depois chego a casa, exausta, e ouço as mesmas histórias na t.v., parece uma sanguessuga que não me larga o pé isto de não conseguir vislumbrar um futuro. Aumento de impostos, aumento da gasolina, aumento dos transportes, aumento do desemprego. Só não aumentam os salários e as regalias, até porque, convenhamos, anda meio mundo a enganar o outro meio e é como a pescadinha de rabo na boca ou o cão atrás do próprio rabo, não vamos a lado nenhum.
Ouvi uma teoria: "enquanto não morrerem as pessoas que tinham mais de 20 anos no 25 de Abril isto não anda prá frente". Um pouco drástico. Mas o facto é que enquanto não houver um "25 de abril" na mentalidade do português comum, nada vai melhorar...

Oh Pírrico

Fátinha Felgueiras considerou a sua vitória na eleição para a Câmara de Felgueiras, como "uma vitória da Democracia".
Tem toda a razão. Infelizmente, começam a vulgarizar-se estas vitórias da Democracia sobre a Justiça, a Honestidade e a Vergonha na Cara.

4 Indomáveis Patifes

Ah ...! Tarde mas sempre a tempo.

No rescaldo das eleições autárquicas saldou-se o seguinte resultado:

Movimento "Vigaristas Ao Poder" (Felgueiras, Loureiro, Morais e Lda) - 70%
Movimento "Em terra de cegos ... é bom demais para ser verdade" Amarante - 20%
José Sócrates - 10% (não é vergonha nenhuma perder contra todos os outros juntos)
Marques Mendes e associados - -50% (convenhamos que levar banhada do Valentim e do Isaltino, está para lá de péssimo)

Vitórias antecipadas

A pouco menos de uma semana para as eleições autárquicas, existem já dois concelhos com destinos traçados. Em Felgueiras, a plataforma "Sempre Presente Quando Não Vou A Banhos Em Copacabana" liderada por Fátinha Felgueiras, tem a vitória assegurada. Já em Gondomar, Valentim Loureiro já não precisa de dizer às criancinhas como influenciar os mais velhos a votar nele, porque a sua candidatura "Gondomar No Bolso" já venceu.

O Anticristo da Anorécticas

A propósito da estreia do filme "Os Irmãos Grimm", devo dizer que aos 40 anos a Monica Belucci, é aquilo que muitas mulheres não conseguem ser aos 20. E nem precisa de dietas.